Em 31 de julho de 1955, o E. C. Taubaté estreava na Divisão Especial (hoje Série A1 do futebol Paulista).
Na oportunidade o adversário foi a Portuguesa de Desportos, que inclusive doou e colocou as faixas de campeão nos atletas da equipe taubateana.
O E. C. Taubaté não foi feliz em sua estreia, derrotado pelo placar de 2 a 1, mas a tarde daquele domingo foi de festa nas dependências do estádio da Praça Monsenhor Silva Barros, que recebeu um público de aproximadamente 10 mil torcedores, muitos deles colaboradores na missão de reestruturar o estádio para receber jogos da divisão principal do paulista, trabalhado até a noite que antecedeu o jogo.
Celso contundido marca o gol taubateano
O primeiro gol oficial da equipe do Taubaté na divisão maior do estado, foi anotado pelo lateral direito Celso que à época, com 18 anos, vestia a camisa de numero 02.
Em uma oportunidade não muito distante, tive a oportunidade de conversar com Celso Antonionho Taino, Sylvio e Zé Américo, trazendo para nosso assunto em uma manhã de 2002 no Joaquinzão, o jogo de estreia para a conversa quando ouvi do Celso, grande defensor do Taubaté o seguinte:
“O jogo de estreia do Taubaté em 1955 me lembro muito bem. A cidade estava em festa e todos ajudavam na construção das arquibancadas. Na noite do sábado que antevia a o jogo, nós jogadores estávamos concentrados e fomos autorizados a ir até o estádio para ver a conclusão dos trabalhos. A Portuguesa era nossa adversária. Eu estava escalado e nem bem o jogo iniciou, o ponteiro esquerdo Wilsinho tentou realizar uma jogada em cima de mim, mas antecipei muito bem e dominei a bola. Nesse lance, Wilsinho me acertou com uma proposital cotovelada na altura do meu fígado, deixando-me estendido no gramado. Naquela época, não podia fazer alterações na equipe, a não ser na posição do goleiro e apesar de estar sentindo muitas dores, sabia que tinha que continuar jogando. Fui retirado do gramado, levado para dentro do vestiário, onde fui atendido pelo Dr. Gifoni. Assim que melhorei e, mesmo sentindo dores, retornei ao campo de jogo. O treinador Joaquim Loureiro pediu que eu jogasse na ponta direita, justificando que se eu ficasse na defesa poderia prejudicar o time”
O GOL
Mesmo contundido e sentindo dores, Celso procurava justificar sua presença em campo e, aos 24 minutos do segundo tempo, quando o Taubaté perdia por 2 a 0, Celso marcou o único tento da equipe naquele jogo inaugural.
“O lance teve origem em um cruzamento da esquerda, onde muitos jogadores subiram para bater na bola, mas fui eu quem cabeça consegui tocá-la para o gol, fazendo vibrar a torcida presente”, relembrou Celso daquele momento.
E em tom de humor, Celso completou: “Até disseram que o goleiro Cabeção advertiu seus companheiros pedindo para evitar contundir outro jogador do Taubaté pois, bastou a contusão do Celso para ele marcar gol. Na época tinha 18 anos e estava servindo o Exercito no 2º BE de Pindamonhangaba” concluiu o marcador do primeiro gol oficial do E. C. Taubaté no Campeonato Paulista na então Divisão Especial.

Na foto de meu arquivo de 2002,, com o apoio do amigo Cláudio do Museu da Imagem e do Som, os quatro atletas participaram do jogo contra a A Portuguesa de Desportos
Relembre a ficha técnica dessa histórica partida
Campeonato Paulista Divisão Especial
1ª Rodada – Data: 31.07.1955 – Domingo à tarde
E.C. Taubaté 1×2 A Portuguesa de Desportos
Local: Estádio da Praça Monsenhor Silva Barros – Campo do Bosque
Público: aproximadamente 10 mil pessoas – Renda: Cr$ 169.635,00
EC Taubaté: Sérgio; Rubens e Ananias; Celso, Zé Américo e Ivan; Sylvio, Taino, Durval, Hugo e Alcino – Técnico: Joaquim Loureiro.
A Portuguesa de Desportos: Cabeção; Nena e Floriano; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Hermínio, Ipojucan, Osvaldinho, Edmur e Wilsinho – Técnico: Délio Neves.
Árbitro: Pedro Calil:
Gols: 1º Tempo – Brandãozinho (P) aos 17’; 2º Tempo – Hermínio (P) aos 5, Celso (T) aos 24’
Faixa de Campeão
Minutos antes do inicio do jogo, jogadores do EC Taubaté receberam as faixas pelo título do Campeonato da Segunda Divisão de 1954. As faixas foram ofertadas pela Portuguesa como gesto de cortesia e admiração para com o Burro da Central.
Muito bom, Moacir.
O trabalho que hoje tem sido feito em resgate de nossa história, por vários pesquisadores e historiadores, está enriquecendo sobremaneira nosso acervo.
Parabéns a vocês.
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obrigado Abraão. Vc também conhece muito da história do nosso Burrão.
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